sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Entre o silêncio e o vazio...


Algumas vezes resolvemos dizer o que sentimos quando já não dá mais tempo. Deveríamos ter dito antes?

Não há silêncio mais reconfortante do que o de nós mesmos, e não há vazio mais enlouquecedor do que o que cresce dentro de nós. Não adianta, não tem como preencher um vazio que não sabemos a dimensão, onde começa ou onde termina. E por isso não adianta falar nada, ainda que nos reste tempo para dizer alguma coisa, porque não se pode parar e ouvir o nosso arredor se só escutamos o inquietante e ensurdecedor vazio de nós mesmos.

Então procuramos pelo silêncio reconfortante, aquele que nos faz relaxar e nos faz perceber que, enfim, estamos em paz: com nós mesmos, com o mundo. E esse silêncio nem sempre dura, às vezes o temos para aprendermos a tratar os ruídos... mas às vezes, para algumas pessoas, eles duram para sempre, precisam durar para sempre, pois o ruído do nada ecoa, e não as deixa em paz. E aí, elas finalmente parecem encontrar a paz.


Ninguém perde a vida porque quer, mesmo os que decidem tirar a própria vida. Simplesmente estamos, incessantemente, buscando por um momento de claridade no meio de tantos outros que parecem preenchidos por escuridão... escuridão, esta, vazia.


E aos arredores, não pensem que poderiam ter feito menos ou mais... nós fazemos exatamente o que está ao nosso alcance. Sobra a dor, mas se quiser que doa menos... canalize sua dor, e entenda que foi o alívio, e o encontro da paz. Fraca paz, falsa paz, mergulhada na imensidão da parte escura de nós... mas suficiente para cessar a incessante busca por... paz.

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