sábado, 22 de dezembro de 2012

Desaba.far

Eu amo, amo, amo; cuido, cuido, cuido... mas também sou passiva de erros. E quantas vezes, também, não os recebi, de corpo aberto, e desprezei? Ainda não sei bem se essa capacidade de perdoar facilmente quem eu gosto é um defeito ou qualidade, se é de mim ou se adquiri pela rapidez com que tudo na vida acontece, e perder tempo com coisas fúteis realmente não me interessa. Eu já tive experiências suficientes sobre perdão, mas acho que ainda preciso saber mais sobre reciprocidade.

Eu amo, amo, amo; cuido, cuido... e também preciso ser cuidada. Não digo que não sou, não desconheço o que me fizeram - diferente do que fazem comigo -, e talvez por isto eu consiga perdoar tão facilmente quando amo alguém, mas o cuidado ainda pode ser demonstrado na compreensão. Não é um discurso que intenda a vitimez de "uma pobre coitada", longe disso! - ou não tanto.

Eu amo, amo; cuido... e sinto uma diferença mínima, mas significativa. E ainda pior que sentir diferenças é quando percebemos a indiferença vindo de alguém que tanto estimamos. Então você ainda pensa que é o tempo de cada um para o perdão. E você ainda ama... mas você lembra que, dentro "de cada um" que você pensou, você também tem o seu tempo e não pode, nem deve, esperar pelos outros e suas vontades, ou até o dia em que eles decidam se vão exercitar esta linda, bela ação que é perdoar; porque você ainda lembra que você nunca se tornou indiferente com quem ama por qualquer mal entendido.

Eu lembro que, em toda esta história de perdão, tem dois lados a serem perdoados, e não posso perdoar sozinha e implorar pelo perdão alheio como se fosse o único ser humano falho. Eu lembro que eu me amo, e que preciso ter um pouco de orgulho - embora ele não ajude em nada. Eu lembro que, quando se tratam de partes, eu não posso ser o único ímã buscando polaridade onde, ainda que temporariamente, não exista.


Talvez o passado ainda seja um pouco do presente, ainda que o presente esteja completamente diferente de tudo o que eu já vivi ou planejei que fosse. Eu só não posso deixar o futuro chegar e encontrar o presente como está.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Mais um ano escorreu no tempo...


Ou seria sem tempo? No fim, tudo correu mesmo...

Tantas coisas aconteceram, todas bem intensas, mesmo as menores; tantas coisas descobertas, coisas que antes estavam tão escondidinhas lá dentro do que somos. Mas o que mais marcou para cada um?
Dentro de cada coisa que nos ocorreu, e ocorre, acredito que tem um propósito, e isso é bem como filosofia de vida mesmo, de como guiar o cotidiano - ainda que seja "meio" dramático, por opção - sem dar espaço para coisas ruins, que o estraguem desnecessariamente.

2012, considerado por muitos como ano do fim, para mim foi um ano de recomeços: novos conceitos, menos preconceito comigo mesma, novas perdas (como lidar com elas), novas lições, aprendizados. Algumas características, certamente, irei carregar ainda por um bom tempo, e as não tão boas tentarei melhor a cada dia.
Objetivos? Muitos, muitos e grandes, mas não inalcançáveis. Uma das coisas que eu aprendi esse ano é que podemos fazer tudo o que quisermos, se realmente quisermos.

Ainda sobram 16 dias deste ano, então... que aconteçam as melhores coisas (:

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Porque às vezes vem como um empurrão...

... quando você se apaixona. - Shove, de Angels And Airwaves.


E o que fazer, como reagir quando algo te pega desprevenida?
Como um empurrão, algo que eu não esperava nem tão cedo era me encantar por alguém... pelo menos, não agora. E eu realmente espero que seja somente encantamento, daqueles bem passageiros mesmo, porque não quero mais sonhar acordada, imaginando dias que provavelmente não acontecerão, e coisas que só me deixariam na vontade de mais daquilo que nunca haveria tido.

E se for amor e/ou paixão, sentimentos demasiados, que sejam reais... crescer envolve levar as coisas que você quer mais a sério do que você costumava fazer, estabelecer não apenas objetivos, mas também saber o limite de cada coisa, saber quando parar.

Que seja, então, o que tiver de ser... que seja, então, o que tiver de acontecer.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Mais por mim

Eu tenho pensado, refletido sobre algumas coisas, e cada vez mais só reafirmo uma apenas: vale a pena mudar pra agradar os outros? A verdade é que não "mudo" para agradar ninguém. Só que tenho sentido como se fugisse de onde eu realmente pertencesse, como se eu saísse da minha essência complementar ou fazer parte da essência de outra pessoa... e isso não é bom.

Por isso, decidi que serei como eu sou com quem quer que seja, olharei mais por mim e tenderei a fazer mais por mim... por mim, em todos os sentidos. Porque sinto que anda faltando um pouco de egoísmo nas minhas ações, esse altruísmo não tá colaborando com nada... com nada. E se não der certo, se algo acabar aqui ou ali, finalmente não haverão arrependimentos, porque eu fiz porque eu quis; eu fiz porque eu achei que era certo; porque eu fiz... porque era eu e minha verdadeira consciência que estávamos agindo... agindo por mim.

Com mais certeza do que eu sou, do que eu faço, de como eu sou. E não vai ser rápido, nem tampouco fácil, mas eu serei mais eu para mim.

Amizades e amores bem à parte... eu preciso ser minha amiga e amante.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Eternaltivamente

Nascemos. Quanto tempo nos resta? Vamos vivendo, crescemos, evoluímos, nos dissolvemos um pouco em cada coisa que deixamos nossa marca... e que marca é essa? Nossos traços mais marcantes. Agimos como se nada pudesse nos parar, e nada pode mesmo, se não as nossas próprias limitações - muitas vezes, inadmitidas. Vivemos como se fôssemos viver para sempre, mas quanto tempo esse "para sempre" dura? Ele dura? Enquanto houver memória, haverá vida.

Crescemos. E quanto tempo nos resta? A cada dia nos resta menos um, e nos é acrescentado mais conteúdos no nosso histórico. Seja no tamanho físico ou no tamanho de quem somos, nós sempre crescemos, é inevitável; nós sempre crescemos, é inadiável, ainda que seja indesejável. Enquanto houver vida, haverá memória.
Envelhecemos e morremos. E quanto tempo nos foi dado? Será que o suficiente para envelhecer, será que foi tempo suficiente para viver? Quanto mais, melhor, e não conheço ninguém que adore despedidas, nem tampouco que deseje sentir o seu último suspiro, já que não poderá viver novamente para contar como se sentiu. Vivemos e achamos que seremos eternos, e a vida nos dá um tapa na cara para mostrar o quanto dói. E é bom que doa mesmo, porque a dor nada mais pode ser além da prova de que estamos bem... estamos sentindo, sangrando!

Enquanto houver sangue, haverá vida. Enquanto houver memória, haverá eternidade... ainda que ela seja efêmera.

domingo, 18 de novembro de 2012

Só sinto falta...

"Eu sinto falta das coisas que fazíamos, mas que nunca realmente fizemos. Sonhávamos juntos enquanto vivíamos a realidade comum, eu sinto falta de nós, sinto falta de você e de mim. Sinto falta de pensar que um dia poderíamos ser, mesmo sabendo que nunca seremos. Sabe, eu só sinto falta de você, já que eu sentia que quando estava com você era quando eu existia."

Escrevi enquanto olhava para uma foto, e escutando Sinatra. Loucura, não? Talvez... mas todos nós guardamos um pouco, ou muito, disso na cabeça... e no coração.

sábado, 17 de novembro de 2012

Devaneio I

Eu sonhei com você. Eu sonhei com você e não consigo mais parar de pensar em você. Pareceu algo tão mágico, legal, extraordinário... até que não havia nada além de você, porque todo o resto já havia desaparecido pra mim... nada mais cabia ou se encaixava ali.
Será que é mesmo você? Será que é pra ser? E se não for, quem mais poderia ser? Há alguém além?Se não for eu, mas uma projeção de mim, que busca atentamente por esta projeção de você... o que hei de fazer?
Você, você... "você" é real? Ou não seria mais um fruto da minha perdida e fértil imaginação? Eu já não sei mais o que pensar, porque eu não sei mais no que ou sobre o que pensar. Você me deixou perdida enquanto achava que havia me encontrado. Sou sempre eu, sou sempre assim. É sempre você, em todo lugar, e nunca por aqui.

domingo, 4 de novembro de 2012

Desejo do dia


Um abraço; muitas vezes, isso é tudo que precisamos, porque é como - muitas vezes - as coisas começam, e também como terminam. Já experimentou ouvir uma música que te toca com as luzes apagadas? É estranho como ela parece entrar no seu corpo e te faz viajar por caminhos que você nem mesmo consegue descrever. Nem são caminhos de luz, nem de trevas, são cinzentos e desertos e só contam com a presença de quem realmente queremos naquele momento... e essa presença, geralmente, é de quem desejamos que venha o abraço, que nem sempre está perto.
Um abraço acalenta, acolhe, te faz sentir protegida; nada e nem ninguém pode te atingir naquele momento, e tudo que passar por perto, só passou perto.

Um abraço, tudo que eu gostaria agora... mas não qualquer abraço.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Meu baby dino...

Dizem que coisas ruins nos acontecem para que novas coisas boas possam começar, como se fosse o fim de um ciclo para o início do outro. Ilusão, pura ilusão. Algumas coisas me ocorreram há pouco menos de um mês, e tem uma saudade loira me acabando por dentro. Logo cedo eu até cheguei a imaginar "não queria, mas acho que estou esfriando meu modo de pensar naquela pessoa"... engano.
A verdade é que ser tia me modificou em muitas coisas, e só vem me mostrando o quanto o meu coração se encheu de alegria por ser tia. Porém, ultimamente todo esse amor que trouxe alegria está se transformando em saudades, a duras penas, e não sei bem o que fazer. Sinto falta do meu galego, do baby dino, bebê da titia, ah, do meu Vini.

Mas você pode ir vê-lo? Sim, eu posso, mas eu tenho certos medos por dentro, como "será que ele vai se lembrar de mim?", ou ainda "será que ele vai gostar de mim quando crescer?", o que se tornam ações dependentes, porque se eu for vê-lo, possivelmente ele gostará de mim quando estiver grande; mas o meu maior medo é ainda ir vê-lo, acompanhar o crescimento dele, e ele não gostar de mim. É tanto amor aqui dentro que não sei o que fazer...

Sinto falta do "denguinho" de quando ele cochilava aqui em casa, e acordava pedindo braço, porque geralmente era pro meu que ele vinha. Não tenho mais pra quem vestir minha blusa do Tom & Jerry, porque ele não vai ver, e apontar pra mim enquanto balbucia "o gao". Ele não vai estar aqui perto quando eu fizer todos os planos que um dia havia incluído ele - e toda a sua família.

Ser tia me tirou do buraco de amor platônico em que eu vivia, e me trouxe pra fora da caverna, me mostrou amor de verdade; ser tia me mostrou que um sorriso sem dentes é mais valioso do que ouro, e que olhinhos claros, biquinhos expressivos e o início de uma vida são coisas que todos deveriam experimentar vivenciar um dia. Ser tia me mostrou que eu deveria ser mais humana, e menos eu para mim. Ser tia é uma sensação quase que de mãe, menos intensa, e num sentido diferente. 

Vinícius, obrigada por ser meu sobrinho - queiram outros fatores, ou não. Eu te amo, e eu sempre vou te amar, porque eu sempre te esperei. Eu tenho meu jeitão desengonçado, desajeitado, mas espero que um dia você possa saber que tudo que fiz/faço/farei, é com todo meu coração... porque eu amo você, e acho que isto basta. Me preparei 16 anos para isso. Se ser tia já era o meu maior desejo, saber que seria sua tia foi meu maior orgulho, e minha maior prioridade...

Com todo o meu carinho de sempre
Morgana, ou tia Nana.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Belo disastre

Honestamente, não estou bem. Já tentei me convencer de que eu não precisava de nada além de me aceitar como sou... estava bem há algum tempo, há um longo tempo. Mas há algumas semanas eu já não me sinto a mesma, não sinto como se eu estivesse bem, quer dizer, definitivamente eu me sinto uma gorda triste e perturbada. E de verdade? Agradeço de coração, mas as ajudas que me chegam não de ajudam de verdade. Porque às vezes a gente só precisa desabafar e se sentir abraçada, e de um você vai conseguir, eu confio em você vindo do coração - que não seja de um de seus pais.

Os caminhos pra seguir, eu já os conheço... me falta uma motivação. Não nasci pra viver sob pressão, mas ultimamente tudo, tudo mesmo, só vem ocorrendo com uma pressão extra - e desnecessário, sinceramente.

Tenho me sentido extremamente sozinha, impotente,
carente mesmo, como se me faltasse gás pra alcançar meus objetivos, como se eu não pudesse fazer nada além de ver a vida passar, com todos eles passando nos meus olhos, e me mostrando o que eu poderia ter sido... mas perdi tempo e não fui. Tenho medo de tomar as decisões erradas, e acabo não fazendo nada. Temo mudar e não gostar da mudança, e demorar tudo de novo pra conseguir mudar e talvez não gostar das mudanças novamente.
Sinto-me descarregada, descabelada, desmotivada, desequilibrada, "desmagra", des... des... des... quando eu gostaria mesmo é de trocar o S pelo Z nesse prefixo. E não consigo.

Não é tudo que eu guardo, mas acho que o suficiente por hoje.

Jon McLaughlin - Beautiful Disaster




domingo, 15 de julho de 2012

Carta aos grandes olhos

Eu teria sido uma boa amiga, sim, eu teria sido. Se a cada encontro nosso você não tivesse tomado a palavra e contado sobre a sua vida social e seu coração frágil, sua inocência mascarada, e como você caía nos braços de um qualquer. Ou de uns outros, qual quiseres.
Eu teria sido uma boa amiga se você não exagerasse nos elogios forjados, nas risadas e no apego desapegado.

Eu teria sido uma boa amiga se a cada coisa que eu dissesse, quando você dava chance, você não tivesse ido contar para metade do mundo sobre o que eu confessava. Eu poderia ter sido ainda melhor, se seu vocabulário chulo e desleixado não me fizesse passar vergonha na frente dos meus pais. Eu gostava de você, te ignorar machucava por dentro... mas você mereceu. Agora, então, não reclame da forma como me comporto com você, nem aja como se estivesse certa, como se fizesse o que faz com a razão na barriga.

Não me sinto bem de ter que conviver com alguém como você, da maneira que nos tratamos, porque isso é deprimente; e mais deprimente ainda é ver o quanto você é carente, e o quanto isto te prejudica. Eu ainda cuidaria de você, se você aceitasse ser cuidada e não trocasse a personalidade a cada nova pessoa que cruzasse o seu caminho.

Só te aconselho, agora: se valorize, tome cuidado com as palavras e com que fala sobre os outros; se desespere menos ao tomar as decisões, seja menos impulsiva.

Criança, você vai longe. Só temo que você se perca, e não no meio do caminho, mas se perca na volta, quando precisar lembrar do seu passado, porque afinal: quem é você agora?