
Eu amo, amo, amo; cuido, cuido... e também preciso ser cuidada. Não digo que não sou, não desconheço o que me fizeram - diferente do que fazem comigo -, e talvez por isto eu consiga perdoar tão facilmente quando amo alguém, mas o cuidado ainda pode ser demonstrado na compreensão. Não é um discurso que intenda a vitimez de "uma pobre coitada", longe disso! - ou não tanto.
Eu amo, amo; cuido... e sinto uma diferença mínima, mas significativa. E ainda pior que sentir diferenças é quando percebemos a indiferença vindo de alguém que tanto estimamos. Então você ainda pensa que é o tempo de cada um para o perdão. E você ainda ama... mas você lembra que, dentro "de cada um" que você pensou, você também tem o seu tempo e não pode, nem deve, esperar pelos outros e suas vontades, ou até o dia em que eles decidam se vão exercitar esta linda, bela ação que é perdoar; porque você ainda lembra que você nunca se tornou indiferente com quem ama por qualquer mal entendido.

Talvez o passado ainda seja um pouco do presente, ainda que o presente esteja completamente diferente de tudo o que eu já vivi ou planejei que fosse. Eu só não posso deixar o futuro chegar e encontrar o presente como está.